terça-feira, 29 de maio de 2007

Ladrões de Bicicleta

por Jônatas Andrade

Uma história que faz pensar, comovente e que poderia ser a de qualquer um de nós. Antônio é apenas mais um trabalhador que deseja dar uma vida digna a sua família.

Clássico do Neo-realismo italiano e composto de uma narrativa simples, porém, de forte impacto e adequada à época. Ladrões de Bicicleta do diretor e ator Vittorio di Sica é um marco do cinema e como clássico que é, ainda conserva um ar de atualidade quando mostra um personagem em busca de emprego na Itália pós-guerra onde o caos imperava e conseguir sustento era tarefa difícil para todos.

Antonio necessitado de trabalho consegue um como colador de cartazes, mas, quem o contrata exige que ele tenha uma bicicleta para agilizar o trabalho. Com a ajuda da mulher Antonio consegue tirar uma bicicleta do penhor e passa a fazer seu trabalho. O que ele não esperava era que durante um dia de trabalho sua bicicleta fosse roubada. Agora Antonio com a ajuda de seu filho Bruno tentará encontrar o homem que roubou sua bicicleta para manter o seu trabalho.

O Neo-realismo na Itália é composto de filmes que mostravam a dificuldade de se viver durante a guerra ou no caos da pós-guerra. Vittorio di Sica consegue nos deixar com um nó na garganta. Uma degradação humana pela necessidade nos é mostrada. Mas sempre com um toque sentimental.

A própria filmagem passou por dificuldades já que como muitos estúdios estavam ocupados por desabrigados da guerra foi preciso filmar em céu aberto. A falta de verbas fez com que o filme só contasse com atores amadores.

Um filme que marcou época, uma história sobre esperança e também da falta dela. Um filme que nos mostra uma sociedade em reconstrução, um povo massacrado pelos horrores e efeitos do fim da guerra. Mas, ainda assim, uma história que faz pensar.

FICHA TÉCNICA:
Título Original: Ladri di Biciclette
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 90 minutos
Ano de Lançamento (Itália): 1948
Direção: Vittorio De Sica

PRÊMIOS:
- Ganhou um Oscar especial de melhor filme em língua estrangeira, além de ter sido indicado na categoria de Melhor Roteiro.
- Ganhou o Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro.
- Ganhou o BAFTA de Melhor Filme.
- Ganhou o Prêmio Bodil de Melhor Filme Europeu.
- Ganhou o Prêmio Especial do Júri, no Festival de Locarno.

LOCAL:
O filme será exibido na biblioteca Ney Pontes Duarte (antiga União Caixeiral) com ENTRADA FRANCA.

DATA E HORÁRIO:
No dia 02/06 às 19h30min.

APOIADORES:
Marcha Mundial das Mulheres
DECOM - UERN
Biblioteca Ney Pontes Duarte
Editora Queima-Bucha

Ladrões de Bicicleta é a 6ª Exibição do Cineclube Mossoró

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Arquivo digital de Glauber


O acesso à obra do maior cineasta brasileiro pelo público nem sempre é simples: são poucos os filmes de Glauber Rocha disponíveis em DVD, e raras as oportunidades de vê-los nos cinemas. Mas agora tudo o que Glauber produziu dentro e fora do cinema está sendo restaurado, digitalizado – e em breve estará disponível na Internet.
Um sobrado no Rio guarda riquezas da cultura nacional. Lá tem muito da história de um dos maiores artistas do cinema brasileiro: um arquivo de mais de 100 mil documentos sobre a vida e a obra de Glauber Rocha – diários escritos durante o exílio nos anos 70, romances e filmes.
Glauber Rocha foi uma espécie de gênio rebelde que transformou o cinema brasileiro. “Cinema é para ver e é para ouvir, quer dizer, o diretor não deve falar do filme, não”, ele disse em uma entrevista.
Seus filmes mostram uma realidade alegórica e muitas vezes delirante. Glauber fez o Cinema Novo; nos anos 60, valorizou a fotografia, criou uma linguagem-limite, desconstruiu narrativas para formar um sentido novo e livre. E conseguiu, no cinema, dizer muito sobre o Brasil: da denúncia da miséria à complexidade das faces políticas de “Terra em Transe”.
Um de seus curtas mais polêmicos foi sobre a vida do pintor Di Cavalcanti. Com uma equipe de filmagem, ele entrou no velório do artista morto, e tirou o lenço que cobria o rosto do pintor. Depois de interditado por 20 anos, a pedido da família do pintor, o curta-metragem foi premiado em Cannes.
Os arquivistas querem agora divulgar a obra de Glauber Rocha. Em um ano, todos os documentos, anotações pessoais, fotos e até peças de teatro escritas pelo artista vão estar disponíveis na Internet.
Os originais são de acesso restrito – somente a equipe de restauradores pode tocá-los. “Um erro pode ser fatal, você pode perder informação que muitas vezes é única”, justifica a museóloga Roberta Leite.
O trabalho foi iniciado pela mãe de Glauber, dona Lucia. Aos 88 anos, incansável, ela reuniu tudo o que há de memória concreta sobre a vida e a obra do filho. “Eles estavam embolados, jogados no cesto. Eu pegava os documentos, botava em cima da mesa, botava um paninho fino com um papel em cima e passava a ferro bem frio. Ficava horas fazendo aquilo. Depois eu embalava numa folhinha de papel e punha em cima do meu guarda-roupa”, mostra Lucia Rocha.
Sobre o projeto de digitalização, ela define: “É um sonho, e o sonho é a única coisa que ninguém pode perder”.


FONTE: Jornal da Globo

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Baile Perfumado tem sessão concorrida


No último sábado, 19 de maio, foi realizada a sessão do filme Baile Perfumado. Após a exibição do filme, teve lugar um animado debate entre os presentes sobre o fenômeno do cangaço em geral e, em particular, a importância do filme em desencadear o recrudecimento da repressão do Estado Novo ao próprio cangaço e seu círculo de influência, com consequências trágicas para o mascate e cineasta Benjamin Abrahão.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Baile Perfumado

Released por Jônatas Andrade


Revisitando o acervo de filmes nacionais é possível constatar que filmes sobre o cangaço já existem aos montes. Baile Perfumado diferencia-se justamente por dar novo gás a esse tipo de película.

O nosso personagem principal dessa vez não é Lampião, nem Maria Bonita. E sim um mascate libanês amigo do Padre Cícero. Benjamin Abrahão (Duda Mamberti) é o homem que resolve desmistificar Lampião e ao mesmo tempo ganhar dinheiro com isso. Ele resolve então documentar a saga do cangaceiro e seu bando.

Benjamim Abrahão é que irá nos guiar por esse “árido movie”. Com suas imagens ele tentará nos mostrar o valente cangaceiro se mostrando pequeno diante das novidades que surgiam naquele tempo. Ora “cabra da peste” e hora passional. O libanês apenas não contava que a ditadura do Estado Novo iria atrapalhar seus sonhos.

O filme conta com as únicas imagens reais de Lampião ainda vivo. O que ficção e o que é real? Depois de assistir Baile Perfumado é difícil separar as partes.

O longa faz uso certeiro de metalinguagem e conta com uma mescla de imagens antigas ligadas à trilha sonora moderna conduzida entre outros pelo saudoso Chico Science.

Baile Perfumado foi feito na época de reestruturação do cinema nacional. Foi feito tempos depois do fim do Governo Collor quando a produção de filmes foi quase abandonada

Todo mito em cima de Lampião já foi debatido por muitos, chegou à hora de conferir uma nova visão, uma nova e inesquecível experiência visual e histórica.

LOCAL:

O filme será exibido na biblioteca Ney Pontes Duarte (antiga União Caxeiral) com ENTRADA FRANCA.

DATA E HORÁRIO:
O filme será exibido no dia 19/05, no auditório da Biblioteca Ney Pontes Duarte, às 19h30min com ENTRADA FRANCA.

PRÊMIOS:
- Ganhou 3 prêmios no Festival de Brasília, nas seguintes categorias: Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante (Aramis Trindade) e Melhor Cenografia.
- Ganhou o prêmio de Melhor Pôster, no Festival de Cinema de Havana.

APOIO:

MARCHA MUNDIAL DAS MULHERES
BIBLIOTECA NEY PONTES DUARTE
DECOM-UERN

O Cineclube Mossoró é uma entidade sem fins lucrativos que visa promover a cultura e o conhecimento através da exibição de filmes e debates que são realizados ao fim das exibições onde todos podem se manifestar.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Pulp Fiction - Tempo de Violência


O Cineclube Mossoró apresenta, em sua 4ª sessão, aquele que é por muitos considerado como o filme mais importante dos anos 90.

Em 1994, Pulp Fiction – Tempo de violência, chegava ao Festival de Cannes como uma bomba, para dali se espalhar pelo planeta e elevar o diretor Quentin Tarantino à condição de novo gênio do cinema. O "enfant terrible" chegava finalmente à vitrine do mundo e a Hollywood.

Baseado em referências à literatura pulp norte-americana e ao pop, Pulp Fiction apresentou um roteiro entrecortado e inovador, uma trilha sonora arrasadora (provavelmente uma das trilhas não-originais mais inteligentes de toda a história), desenterrou mortos como John Travolta (nisso, Tarantino se revelaria um especialista), apresentou ao mundo a nobreza e o talento de Samuel L. Jackson, a já antológica e ainda chocante cena da injeção, e ela, sua majestade Uma Thurman, tão linda e perigosa quanto uma Hattori Hanzo.

O resto é memória e lenda. A história de violência estilizada que envolvia gângsters, um boxeador, assassinos profissionais e viciados em drogas levaria de Cannes o seu prêmio máximo, a Palma de ouro, além de uma legião de adoradores no mundo inteiro.

Além da Palma de Ouro em Cannes, Pulp Fiction ganharia ainda o Oscar e o Globo de Ouro de melhor roteiro original e o prêmio de melhor ator para John Travolta no Festival de Estocolmo.

Antes de Pulp Fiction – Tempo de violência, será exibido o filme "Tarantino's Mind", curta-metragem sobre o processo criativo e o imaginário do diretor de Cães de Aluguel e Kill Bill vols. 1 e 2.

A sessão começa pontualmente às 19:00h, com entrada franca, no prédio da Biblioteca Municipal Ney Pontes Duarte, no sábado próximo, dia 05/05.

O Cineclube Mossoró é uma entidade sem fins lucrativos que visa promover a cultura e o debate cinematográficos em nossa cidade.

SERVIÇO:

Filme: Pulp fiction – Tempo de violência (EUA, 1994)

GÊNERO: Drama/policial

Direção: Quentin Tarantino

Elenco: Uma Thurman, Bruce willis, John Travolta, Quentin Tarantino, Samuel L. Jackson, Harvey Keitel, Tim Roth.

Local: Biblioteca Municipal Ney Pontes Duarte

Data: 15/05/2007

Hora: 19h30

Entrada: Franca

terça-feira, 1 de maio de 2007

Narradores de Javé


A história é muito mais valiosa pelo que esconde do que pelo que mostra. O Cineclube Mossoró apresenta, no próximo dia 14/04 (sábado), Narradores de Javé, um dos maiores êxitos do cinema brasileiro recente.

Os habitantes do pequeno vilarejo de Javé são surpreendidos pela notícia de que o lugar está prestes a desaparecer sob as águas de uma usina hidrelétrica. A única saída para Javé, resolvem, é provar que o povoado possui importância histórica. Convencidos por um dos líderes locais (Nelson Xavier, de O Rei do Rio), os moradores decidem então recontar a própria história, supostamente composta de grandes feitos heróicos praticados por seus antepassados, fundadores da aldeia. Para tanto, serão obrigados a recrutar Antônio Biá (magistralmente interpretado por José Dumont, de A Hora da Estrela), um antigo desafeto de todos, e único morador alfabetizado do lugar. Acontece que cada habitante de Javé tem a sua versão particular da história, modelada por suas origens sociais, étnicas, e pelas próprias fantasias individuais, inerentes ao humano.

Dirigido por Eliane Caffé (Kenoma), Narradores de Javé discute questões ligadas à memória histórica e suas "verdades", flutuando entre as tradições oral e escrita. O filme recebeu o prêmio da crítica no Festival Internacional de cinema de Friburgo (Suíça, 2003), Prêmio Gilberto Freyre e sete troféus Calunga − filme, direção, montagem, ator (José Dumont), ator coadjuvante (Gero Camilo), edição de som e atriz coadjuvante (Luci Pereira) − no Festival de Cinema de Recife, prêmios de melhor filme do júri oficial e do júri popular e ainda o prêmio de melhor ator para José Dumont no Festival do Rio 2003, prêmios de melhor filme independente e de melhor roteiro no 30º Festival Internacional do Filme Independente de Bruxelas, na Bélgica, prêmio de melhor filme no VII Festival Internacional de Cinema de Punta del Este, 2004, e ainda o prêmio de melhor filme de ficção no 5º Festival de Cinema des 3 Ameriques, realizado em Quebec, no Canadá, 2004.

A exibição ocorrerá pontualmente às 19h30, no auditório da Biblioteca Municipal Ney Pontes Duarte. O Cineclube Mossoró cobrará, como entrada, uma taxa de manutenção no valor de R$ 1,00, que será destinada exclusivamente à cobertura dos gastos com as sessões e demais atividades do clube, sem fins lucrativos.

Os próximos filmes a serem exibidos pelo Cineclube Mossoró são: Pulp Fiction – Tempo de Violência (Quentin Tarantino, EUA, 1994), O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (Jean Pierre Jeunet, França, 2001), Laranja Mecânica (Stanley Kubrick, Inglaterra, 1971) e Ladrões de Bicicleta (Vittorio de Sica, Itália, 1948).

As datas das próximas exibições ainda não estão confirmadas. O cronograma será definido nas próximas reuniões do Cinecluble, que estarão abertas à participação de quaisquer interessados. Para participar, basta comparecer à próxima reunião, que realizar-se-á no próximo dia 10/04, na Biblioteca Municipal Ney Pontes Duarte, às 19h30.

SERVIÇO:

Filme: Narradores de Javé (Brasil, 2003)

GÊNERO: Comédia

Direção: Eliane Caffé

Elenco: José Dumont, Nelson Xavier, Matheus Nachtergaele, Gero Camilo, Nelson Dantas, Luci Pereira.

Local: Biblioteca Municipal Ney Pontes Duarte

Data: 14/04/2007

Hora: 19h30.

Cinema Paradiso


Clássico italiano será o segundo filme apresentado pelo novo clube cultural mossoroense

No próximo sábado (31/03/2007), o Cineclube Mossoró apresentará, em sua segunda sessão, um dos maiores clássicos do cinema italiano, Cinema Paradiso. A exibição ocorrerá na Biblioteca Municipal Ney Pontes Duarte e começará pontualmente às 19h30. Após o filme, que tem duração de cerca de 123 minutos, haverá discussão sobre o tema abordado.

A obra, escrita e dirigida por Giuseppe Tornatore, conta a história do cineasta Salvatore di Vita (Jacques Perrin), que volta à sua terra natal depois de trinta anos ausente por causa de um amor frustrado. Este retorno é marcado pela morte de Alfredo (Philippe Noiret), projecionista do Cinema Paradiso, que fez Salvatore se apaixonar pela sétima arte na infância, quando ainda era chamado de Toto.

O filme tornou-se célebre após receber diversos prêmios pelo mundo, entre eles, o Oscar e o Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro em 1990. A atuação de Philippe Noiret lhe rendeu o BAFTA de Melhor Ator, e o garoto Salvatore Cascio, que interpreta Toto criança, recebeu o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante.

Para esta exibição, o Cineclube Mossoró cobrará uma taxa de manutenção no valor de R$ 1,00, que servirá exclusivamente para cobrir os gastos com as sessões, já que o clube é uma instituição sem fins lucrativos.

Depois de Cinema Paradiso, o Cineclube exibirá Narradores de Javé (Eliane Caffé – Brasil, 2003), Pulp Fiction – Tempo de Violência (Quentin Tarantino – EUA, 1994), Laranja Mecânica (Stanley Kubrick – Inglaterra, 1971), O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (Jean-Pierre Jeunet – França, 2001) e Ladrões de Bicicletas (Vittorio de Sica – Itália, 1948). As datas da exibição de cada filme ainda não estão programadas.

O cronograma deverá ser definido nas próximas reuniões do Cineclube, que são abertas à participação de qualquer interessado. Para fazer parte do clube, basta comparecer à sessão do dia 31 e ficar atento sobre a data e horário da próxima reunião.

Terra em transe


Sessão de sábado, 03/Março/2007

Num país fictício chamado Eldorado, o jornalista e poeta Paulo (Jardel Filho) oscila entre diversas forças políticas em luta pelo poder. Porfírio Diaz (Paulo Autran) é um líder de direita, político paternalista da capital litorânea de Eldorado. Dom Felipe Vieira (José Lewgoy) é um político populista e Julio Fuentes (Paulo Gracindo), o dono de um império de comunicação. Em uma conversa com a militante Sara (Glauce Rocha), Paulo conclui que o povo de Eldorado precisa de um líder e que Vieira tem os pré-requisitos para a missão. Grande clássico do Cinema Novo, o filme faz duras críticas à ditadura.

Fonte: Interfilmes